Pausas na vida, hoje, são tão curtas quanto “tweets”. Mas já foram longas e perfeitas, igual lareira no frio ou mergulhos no verão. A pausa que refresca não é frescura, mas necessidade. Seu sentido profundo ultrapassa a mera recarga de energia. Deus mesmo deu o exemplo. Criando o mundo em seis dias, no sétimo Ele descansou. Sem o devido respiro, porém, não se atinge o alcance a novos ares, novas ideias... Do novo, enfim. Voltaram a moda livros de colorir só que para adultos. Aproveite para tirar a poeira da cabeça e da alma também. Leve alguém para passear, nem que seja você mesmo. Descubra formas nas nuvens, dê nome às estrelas, construa castelos de areia ou de cartas. Saudade dos amigos? Um dito africano diz que “a amizade é uma trilha que desaparece na areia, se não se pisa nela constantemente”. E o tempo para convívio que, afinal, é o que importa, ganhará em qualidade e quantidade. Ao longo da vida passamos por “crises” que, uma vez superadas, nos proporcionam maturidade e habilidades para um novo desenvolvimento. A terceira idade é uma fase de desenvolvimento humano que pode nos conduzir a movimentos de maturação integral: um movimento interior que nos leva a rever a própria vida, aprender com ela e entrar em contato com o essencial, a essência do nosso ser, e a estar perto de Deus. A esse propósito parece-me oportuno citar a bela poesia de Mário Quintana, “Das Ilusões”: Meu saco de ilusões, bem cheio tive-o / Com ele ia subindo a ladeira da vida./ E, no entretanto, após cada ilusão perdida.../Que extraordinária sensação de alívio!